Campanha Papagaios de Altitude
Em comemoração ao Dia da Ave, celebrado em 5 de outubro, várias instituições que fazem parte do Plano de Ação Nacional para a Conservação das Aves da Mata Atlântica, o PAN Aves da Mata Atlântica, deram início à Campanha Papagaios-de-altitude. A iniciativa visa sensibilizar o público sobre a importância da conservação do papagaio-charão (Amazona pretrei), do papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea) e da árvore araucária (Araucaria angustifolia), da Floresta com Araucária, importante ecossistema associado ao bioma Mata Atlântica.
Além de chamar a atenção para a necessidade de proteção das espécies, a campanha busca destacar a importância da Floresta com Araucária, que foi fortemente degradada por décadas de exploração irresponsável e hoje, no Brasil, estima-se que ainda existam somente cerca de 1% de fragmentos desse ecossistema em bom estado de conservação, considerando a distribuição original. Entretanto, no país, não existem dados atualizados para se identificar a situação real de remanescentes do ecossistema, o que pode tornar os índices ainda mais preocupantes.
Foto: Elenise Sipinski ©
A campanha #papagaiosdealtitude é fruto da colaboração entre diversas entidades públicas, privadas, ONGs e parceiros que trabalham voltados para a conservação de aves no Brasil. A iniciativa é do PAN Aves da Mata Atlântica, organizada de forma colaborativa pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Parque das Aves, Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Projeto Charão - Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA) e Universidade de Passo Fundo (UPF), Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB), Fundação Florestal e Estúdio Lokomotiva.
Conheça o papagaio-charão
O papagaio-charão (Amazona pretrei) ocorre na Mata Atlântica e no Pampa, sendo a menor entre as espécies de papagaios brasileiros. Ele pode ser observado no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. É uma ave fácil de reconhecer por sua máscara vermelha, que cobre a testa e vai até a região posterior dos olhos, destacando-se na plumagem geral de cor verde claro.
Os papagaios-charão são monogâmicos. Durante o período reprodutivo quem realiza a incubação dos ovos é a fêmea, enquanto o macho fica responsável em buscar alimentos, para que ela não precise se afastar por muito tempo do ninho.
É considerada a única espécie de papagaio migratório do Brasil. Nos meses frios, ele migra do Rio Grande do Sul a Santa Catarina para se alimentar de pinhões, sementes da árvore araucária. Quando a disponibilidade de pinhões começa a diminuir, os bandos retornam ao Rio Grande do Sul para começar um novo ciclo reprodutivo da espécie.
Conheça o papagaio-de-peito-roxo
O papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea) é uma espécie que só ocorre na Mata Atlântica. Entre suas principais características estão as penas arroxeadas que recobrem seu peito. Assim como o papagaio-charão, ele também habita as Florestas com Araucária e adora comer sua semente, o pinhão.
A reprodução da espécie também está ligada à semente da araucária: após o final da temporada de pinhão, a espécie dá início ao período reprodutivo. Os papagaios-de-peito-roxo são monogâmicos, formando par para toda a vida. Durante o período reprodutivo, fazem ninhos em ocos de árvores, onde a fêmea coloca os ovos e os incuba até nascerem os filhotes.
Os papagaios têm papel importante no ecossistema em que vivem: são dispersores de sementes. Essa característica é valiosa para a sobrevivência de espécies e a manutenção da biodiversidade do ambiente.
Conheça o PAN Aves da Mata Atlântica
PAN ou Plano de Ação Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção é um documento que planeja como conservar espécies ameaçadas de extinção.
Os PANs são desenvolvidos pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em conjunto com a sociedade, cientistas, ONGs, instituições públicas e privadas e a comunidade.
O objetivo do PAN Aves da Mata Atlântica é implementar medidas para recuperação das populações de aves ameaçadas, como o papagaio-de-peito-roxo e o papagaio-charão.
A compra e venda destas espécies de forma ilegal é crime ambiental, podendo caracterizar inclusive tráfico de animais, sujeita a multa e prisões (Lei nº 9.605/98)
O tráfico de animais é a terceira maior atividade ilegal do mundo, gerando graves prejuízos à fauna brasileira e à conservação de áreas naturais, colocando em perigo comunidades tradicionais, aumentando a criminalidade organizada e até gerando problemas fronteiriços.
Denuncie atividades suspeitas à Linha Verde do IBAMA pelo telefone 0800 61 8080 ou acione as autoridades ambientais do seu município.
Já imaginou ficarmos sem os papagaios na natureza?
Apesar de ser relativamente comum na natureza, o processo de extinção dos papagaios está se intensificando pela ação humana.
Entre alguns dos motivos que estão acelerando este processo estão: o desmatamento, a caça ilegal de animais silvestres, o tráfico de animais silvestres, a invasão de espécies exóticas e as mudanças climáticas.
O desaparecimento de uma espécie pode ser local, quando a espécie é extinta de uma área mas tem populações em outros locais, ou pode ser global, quando o último indivíduo no mundo morre.
Para proteger animais e plantas ameaçados de extinção, surgiu a necessidade de criar a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. Este documento é muito útil porque possui informações essenciais para saber o que fazer para proteger as espécies ameaçadas de extinção.
Como apoiar projetos de conservação?
O papagaio-charão e o papagaio-de-peito-roxo não são apenas aves magníficas, mas também guardiãs da biodiversidade. Suas vidas nos lembram da complexa teia de conexões que sustenta nossos ecossistemas.
Está claro que a proteção dessas espécies e de seus ambientes naturais não é apenas uma responsabilidade ambiental, mas um ato de autossobrevivência. Ao proteger a natureza, protegemos a nós mesmos, garantindo água limpa, ar puro e um planeta saudável para as futuras gerações.
Conheça e apoie projetos de conservação que contribuem na manutenção dessas espécies em vida livre e de seus habitats naturais.
A campanha é uma iniciativa do
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