Outras Iniciativas
Ao longo de sua trajetória, a SPVS já desenvolveu inúmeros projetos para a conservação da biodiversidade. Alguns destes projetos não estão mais ativos, mas que ainda inspiram nossas ações e demonstram como bons resultados são possíveis quando trabalhamos em prol da biodiversidade.
Meliponicultura
O Projeto de Meliponicultura é uma iniciativa, criada em 2004, que concilia o desenvolvimento comunitário com a conservação da natureza. A meliponicultura é caracterizada pela criação racional de abelhas nativas sem ferrão, os meliponídeos, que além da obtenção dos produtos auxilia também na manutenção das espécies de abelhas. No mundo todo são conhecidas cerca de 400 espécies de meliponíneas. Somente no Brasil existem cerca de 250. Esses insetos possuem uma enorme importância para a manutenção de ambientes naturais, pois, segundo alguns estudos, são responsáveis pela polinização de até 80% das espécies florestais brasileiras além de contribuir para a polinização de algumas culturas alimentícias. Além disso, muitas meliponíneas estão ameaçadas de extinção, e nesse cenário, a meliponicultura, serve como um auxílio à preservação das espécies.
Um dos resultados deste projeto é o apoio à criação da COOPERCRIAPA – Cooperativa de Criadores de Abelhas Nativas da APA de Guaraqueçaba. A Cooperativa foi fundada em 2007 marcando o início da meliponicultura formal na região litoral norte do Paraná. Atualmente a COOPERCRIAPA também desenvolve cursos para capacitar outros novos potenciais criadores de abelhas nativas.
Parcerias pela biodiversidade
Criado em 2012, Parcerias pela Biodiversidade é uma iniciativa de conservação da natureza no âmbito da agricultura familiar. Em dezembro de 2015, o projeto encerrou suas atividades em Paula Freitas, município paranaense. Ao longo desses anos de trajetória, o Projeto desenvolveu uma série de atividades, tais como: o desenvolvimento e monitoramento de ações de manejo; produção de uma cartilha com orientações e informações sobre conservação; produção de um business case voltado a empresas do agronegócio, com o objetivo de demostrar o custo-benefício de manejo da biodiversidade.
Durante esses quase quatro anos de atividades, aproximadamente 1600 pequenos produtores rurais de três estados brasileiros receberam informações sobre a importância da conservação da biodiversidade e serviços ecossistêmicos para sustentabilidade da produção agrícola.
Programa Empreendedores da Conservação (E-CONS)
O Programa Empreendedores da Conservação (E-CONS), desenvolvido pela SPVS, é uma iniciativa pioneira no fortalecimento de ações de conservação da biodiversidade em biomas brasileiros. O programa distingue-se de outros instrumentos de apoio ao investir nas condições de incremento de projetos de sucesso, executados por indivíduos empreendedores e com o compromisso de longo prazo com o trabalho que desenvolvem.
O objetivo fundamento do E-CONS é contribuir para a promoção do empreendedorismo de conservacionistas. O Programa investe no apoio a ações de fortalecimento não operacional possibilitando a ampliação de impactos positivos na conservação da biodiversidade.
Durante o seu desenvolvimento, o Programa apoiou proprietários em cinco biomas do Brasil.
Incentivo ao Ecoturismo de Base Comunitária
O Com o objetivo de organizar o ecoturismo de base comunitária e desenvolver um modelo de geração de renda alternativo à população da Área de Proteção (APA) de Guaraqueçaba, foi formada, em 2007, com o incentivo da SPVS, a Cooperativa de Ecoturismo de Guaraqueçaba – Cooperguará Ecotur. Considerando que o ecoturismo depende totalmente da boa integridade dos ambientes naturais para ser promovido, a atuação da cooperativa se baseia na fundamental necessidade de conservação da região, que, por sua vez, permite a disponibilização de serviços ambientais, como ar e água limpos, redução de erosão e manutenção climática, além da manutenção das belezas cênicas para as comunidades como um todo.
Ao todo a Cooperguará beneficiou 25 famílias de cooperados, empreendedores que atuam nos meios de hospedagem, alimentação, transportes marítimos e terrestres, artesanatos, produtos de agricultura familiar e condutores locais.
Durante o seu desenvolvimento, o Programa apoiou proprietários em cinco biomas do Brasil.
Biodiversidade da Amazônia
Por meio do projeto “Resgatando o conhecimento e a biodiversidade da Amazônia”, pequenos agricultores familiares vinculados à produção de palma da ADM no estado do Pará receberam orientações sobre legislação ambiental, restauração ecológica e serviços ecossistêmicos que geram benefícios para a produção agrícola de suas propriedades.
Iniciado em janeiro de 2016, o projeto intitulado Resgatando o conhecimento e a biodiversidade da Amazônia é uma iniciativa de conservação da biodiversidade e adequação ambiental em pequenas propriedades rurais, sendo desenvolvido em parceria pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e pela Archer Daniels Midland (ADM).
A SPVS desenvolveu um método de manejo de biodiversidade em propriedades rurais que é economicamente viável e compatível com a produção agrícola e com a realidade do agricultor. A viabilidade desse método foi testada durante 40 meses em propriedades do município de Paula Freitas, no centro-sul do Paraná, e pode ser replicado a realidade local de outros municípios, principalmente em se tratando de regiões com grande concentração de pequenos proprietários de agricultura familiar. Dentre as empresas participantes, a ADM já rodou uma capacitação em parceria com a Copérdia no estado de Santa Catarina e desde o início de 2018 promove um trabalho de apoio à conservação da biodiversidade em pequenas propriedades da agricultura familiar produtoras de óleo de palma no estado do Pará.
Com este intuito, técnicos extensionistas da ADM e agricultores locais foram capacitados sobre orientações práticas de manejo da biodiversidade nas propriedades de cooperados. O manejo da biodiversidade consiste em técnicas que melhoram as condições das áreas naturais, incrementando os serviços que a natureza pode fornecer para a agricultura. O manejo da biodiversidade, além de promover a conservação e recuperação de áreas naturais, pode ajudar a reduzir custos de produção e aumentar a produtividade agrícola, ao incrementar os processos naturais que auxiliam a agricultura.