Escola de Conservação
da Natureza
Diante das consequências das mudanças climáticas, da perda da biodiversidade e de prejuízos com o desmatamento, iniciativas vêm buscando, cada vez mais, reforçar o quanto as áreas naturais protegidas são fonte de benefícios sociais e econômicos. Dentro desse contexto, a Escola de Conservação da Natureza objetiva sensibilizar, informar e instrumentalizar estudantes sobre a importância da biodiversidade para a qualidade de vida no planeta e a geração de empregos e renda a partir de imersões em unidades de conservação.
Acompanhando pesquisadores em campo, fazendo trilhas, observando a paisagem, participando de oficinas, palestras e debates em aulas gratuitas no contraturno escolar, a iniciativa trabalha a relevância da Produção de Natureza e da economia restaurativa, incentivando o conhecimento, a pesquisa, a prática e o exercício de ações que gerem oportunidades de desenvolvimento pessoal e territorial a partir da conservação da natureza e da cultura local
Foto: Reginaldo Ferreira ©
Sobre o projeto
Criado em 2017, a Escola de Conservação da Natureza é um Projeto itinerante aplicado primeiro no município de Antonina (PR), com moradores do entorno das Reservas Naturais Guaricica e das Águas. Mais tarde, jovens residentes em Guaraqueçaba (PR) e no entorno da Reserva Salto Morato, também tiveram a oportunidade de participar do projeto por duas vezes.
A criação de uma rede de atores envolvendo de fato a comunidade para pensar e construir soluções junto a universidades, ONGs, prefeituras, empreendedores e gestores de Unidades de Conservação a partir de metodologias participativas, é uma das metas da Escola de Conservação da Natureza, reconectando pessoas aos espaços naturais, incentivando o pertencimento, fomentando políticas públicas e negócios de impacto socioambiental.
Por que apoiar a iniciativa?
Para as famílias caiçaras e de outras comunidades tradicionais ou não, uma das maiores dores é a separação das mesmas, quando os jovens partem em busca de oportunidades. A falta de atividades de contraturno escolar e de conhecimento sobre a importância da conservação da natureza também são problemas sérios com consequências sociais e ambientais diversas.
Mostrar a adolescentes e jovens que vivem próximos às áreas preservadas as possibilidades de desenvolvimento profissional e pessoal por meio da conservação do meio ambiente é o principal ganho do Projeto. Com a Escola, há um esforço para garantir o futuro dentro das próprias localidades, sem a necessidade de que as pessoas se desloquem a um grande centro por falta de oportunidades.
Quem pode apoiar?
O Poder Público também pode conquistar inúmeros benefícios ao apoiar as ações da Escola, seja pela construção de um diálogo mais próximo com a população, por aumentar a mão de obra qualificada nas áreas envolvidas ou pela aplicação do conhecimento adquirido pelos alunos e ex-alunos, uma vez que eles estão habilitados a identificar oportunidades, visualizando a conservação da natureza e do patrimônio histórico cultural como ativos de desenvolvimento.
Para além da mudança de perspectiva e do desenvolvimento humano local, os financiadores e apoiadores ainda poderão projetar estratégias reais de comunicação, com produção de diferentes materiais – de folders a filmes – e o emprego de resultados para relatórios de responsabilidade social e ambiental, por exemplo. Os nomes dos parceiros também estarão vinculados às ações de visibilidade desta iniciativa. Todo esse panorama representa diferencial competitivo e decisivo para a organização envolvida.
Possui interesse em participar do Projeto? Entre em contato para tirar dúvidas e fazer uma avaliação sobre como iniciar propostas de parceria.
Resultados do Projeto
A Escola de Conservação da Natureza já formou três turmas nos municípios de Antonina e Guaraqueçaba, com cerca de 120 jovens, entre 15 e 24 anos, capacitados para reconhecer possibilidades de negócios por meio da Produção de Natureza. Entre eles, alguns optaram por seguir uma formação acadêmica na área ambiental e, hoje, trabalham nas regiões onde cresceram e até mesmo nas Reservas Naturais mantidas pela SPVS. Alguns, ainda, desenvolveram oportunidades de novos negócios com valorização do patrimônio natural local ou buscaram construir roteiros para que visitantes conheçam as riquezas históricas, culturais e naturais da região em que vivem.
Outro importante benefício foi a construção de um documento, dentro do Laboratório de Conservação da Natureza (LaCon), com sugestão de propostas de desenvolvimento local que respeitam e valorizam a biodiversidade da região. Chamado de “Sugestões para o Desenvolvimento Territorial Sustentável e Salvaguarda da Cultura Caiçara”, o documento foi apresentado às prefeituras de Antonina e Guaraqueçaba e a representantes de instituições públicas, privadas, de pesquisa e do terceiro setor que atuam diretamente com a agenda ambiental na Grande Reserva Mata Atlântica.
Os resultados do Projeto também foram levados ao maior evento sobre áreas protegidas da América Latina: o Congresso de Unidades de Conservação (CBUC). A metodologia da iniciativa foi registrada em forma de capítulo, intitulado “School of nature conservation: an experience in education for the sustainable development of the northern coast of the state of Paraná, Brazil”, publicado pela Revista Springer, em 2019. A experiência também foi compartilhada no formato de resumo expandido na publicação oficial do evento 10° Conferência Internacional de Educação Ambiental e Sustentabilidade.
Escola de Conservação da Natureza no Campo
A metodologia do Projeto foi desenvolvida de tal maneira que as ações possam ser replicadas em diferentes biomas e realidades, dando ganho de escala aos resultados do Projeto em médio e longo prazo. Essa adaptação foi implementada pela primeira vez em outro ecossistema no ano de 2021, em parceria com a empresa JTI. Chamada de Escola de Conservação da Natureza no Campo, o Projeto mobilizou 50 estudantes do ensino médio, filhos de produtores de tabaco associados a JTI. Buscando também ampliar os resultados de outros projetos de conservação em desenvolvimento nas propriedades, os alunos aprenderam sobre Mata Atlântica, legislação ambiental, Produção de Natureza e empreendedorismo, por meio de aulas teóricas e atividades práticas.
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