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SPVS passa a oferecer Créditos de Biodiversidade para proporcionar reconhecimento do valor da natureza pelas corporações

Atualizado: 13 de nov.


Com suas Reservas Naturais certificadas pela metodologia desenvolvida pelo Instituto LIFE, instituição passa a ofertar no mercado Créditos de Biodiversidade a empresas interessadas em aderir à ferramenta e compensar impactos ambientais gerados por suas operações, com métricas robustas e confiáveis. Complexo Pequeno Príncipe vai anunciar durante COP 16 intenção de compra dos créditos 


Prestes a completar 40 anos, a SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental) segue inovando na busca de ações que garantam a conservação do patrimônio natural. A instituição recebeu da empresa Neocert Certificações Florestais e Agrícolas a certificação de Créditos LIFE de Biodiversidade para as três Reservas Naturais que mantém no litoral do Paraná, nas cidades de Antonina e Guaraqueçaba. Isso significa que a instituição passa a poder oferecer créditos para corporações interessadas em reconhecer o valor da conservação da natureza para os negócios. 


Para Clóvis Borges, diretor-executivo da SPVS, os Créditos de Biodiversidade se revelam como um grande diferencial no mundo corporativo e para um posicionamento consistente em relação a agenda ESG (Ambiental, Social e Governança). 



Trata-se de uma evolução muito importante na gestão ambiental corporativa. A partir de uma ferramenta com métricas robustas e confiáveis, são avaliados os impactos ambientais de uma determinada atividade econômica”, diz ele. “Com este cálculo realizado, cabe às empresas realizarem ações adicionais e voluntárias no campo da conservação, incorporando, assim, o chamado ‘valor de natureza’ em suas atividades’, completa. A provisão de Créditos de Biodiversidade ocorre no ano em que a instituição celebra seus 40 anos de existência, em novembro de 2024.


As empresas que aderirem ao processo de Certificação LIFE poderão cumprir suas ações voluntárias de conservação adquirindo os Créditos de Biodiversidade. Esse protagonismo representa um amplo conjunto de vantagens competitivas, que incluem perspectivas de acesso a créditos financeiros mais baratos (um diferencial qualificado para a agenda ESG), aderência aos Pactos Globais da ONU, fidelização de clientes, fornecedores e funcionários com o negócio e, sobretudo, um posicionamento coerente com uma realidade atual extremamente complexa, em que a perda da biodiversidade e as mudanças climáticas representam desafios a serem assumidos por toda a sociedade. O reconhecimento do valor de áreas naturais bem conservadas representa uma tendência crescente, como forma de garantir resiliência para os negócios, sendo que o papel das corporações nesse contexto é fundamental.


As três Reservas Naturais da SPVS, com um total de 19 mil hectares, ficam localizadas nos municípios de Antonina e Guaraqueçaba, no litoral norte do Paraná, no território da Grande Reserva Mata Atlântica, o maior e mais bem conservado remanescente contínuo do bioma Mata Atlântica do Brasil. A área da Grande Reserva representa um contínuo de, aproximadamente, três milhões de hectares de ambientes naturais bem conservados, localizada entre os Estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina. O território é um importante patrimônio natural, cultural e histórico e um valioso e singular destino de turismo de natureza, nacional e internacional.


O avanço da temática ESG vem provocando um enorme desafio em relação à existência de melhores métricas para comprovar o desempenho ambiental das corporações. Além disso, o setor financeiro busca cada vez maior aprofundamento nestas temáticas, sendo que a conservação da biodiversidade e a provisão de serviços ecossistêmicos é uma delas.


Para Clóvis Borges, “o conceito ESG representa uma oportunidade para as empresas para demonstrar o compromisso efetivo com a conservação da natureza e reconhecer o papel de áreas naturais bem conservadas na provisão de serviços ecossistêmicos. É a chance de mostrarem resultados e avanços concretos, compatíveis com impacto ambiental que ocasionam. Para as organizações e os proprietários responsáveis pela proteção de áreas naturais, os Créditos de Biodiversidade representam a oportunidade de transformar uma ação social, e de interesse público, em um ativo financeiro, promovendo a proteção de áreas naturais, a partir do suporte proporcional de cada corporação”, explica. 


Natasha Choinski, técnica da SPVS responsável pelos processos de Certificação LIFE, explica que os créditos são gerados a partir da análise em campo e parâmetros técnicos que traduzem a importância de cada área e a qualidade das ações de gestão em prol da conservação da biodiversidade que são realizadas. “Basicamente esses critérios, desenvolvidos pela metodologia Negócios e Biodiversidade do Instituto LIFE permitem a priorização de ações de conservação e da importância de áreas naturais de acordo com um contexto geral de cada país e suas ecorregiões”, diz.


Clóvis também destaca que “o Crédito de Biodiversidade engloba um objetivo amplo, considerando todos os impactos não mitigáveis de um negócio, e não somente as suas emissões”. “Hoje, percebemos claramente que o entendimento sobre a biodiversidade e o papel dos serviços ecossistêmicos decorrentes de áreas naturais bem conservadas vem evoluindo na sociedade e no posicionamento das empresas. As evidências dos efeitos sinérgicos da perda da biodiversidade e das mudanças climáticas, que já afetam de forma importante toda a sociedade, são responsáveis por enormes perdas sociais e econômicas”, comenta.


Complexo Pequeno Príncipe anuncia intenção de compra de créditos de biodiversidade na COP 16


No Brasil, o Complexo Pequeno Príncipe (CPP), instituição que inclui o maior e mais completo hospital pediátrico do Brasil, o Hospital Pequeno Príncipe, a Faculdades Pequeno Príncipe e o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, desponta como um exemplo. Instituição filantrópica com sede em Curitiba, é mundialmente reconhecida pela atuação ambiental na área hospitalar com ações pioneiras. Durante a COP 16, realizada na Colômbia entre os dias 21 de outubro e 01 de novembro, a instituição, em parceria com a SPVS, anunciou, no dia 25 de outubro, que será pioneira na aquisição de Créditos de Biodiversidade, um produto recentemente colocado no mercado e com repercussão em muitos outros países além do Brasil.


“Temos todas as evidências científicas e empíricas da emergência ambiental e climática em curso e crescente. Já fazemos muito na busca de racionalidade no uso energia, água e geração de gazes e resíduos. Somos carbonos neutros desde 2021 e temos reconhecimento internacional obtendo o padrão ouro no Prêmio Global Health Care Climate Challenge, por exemplo. Mesmo assim, consideramos essas medidas insuficiente frente à gravidade do que está acontecendo e as projeções de cenários. Precisamos pensar e atuar na saúde e direitos das crianças de hoje e do futuro com responsabilidade e atitudes. A certificação LIFE e os Créditos de Biodiversidade representam mais um passo para demonstrar nosso compromisso com a ciência e nossa tradição de protagonismo", avalia o diretor-corporativo do CPP, José Álvaro Carneiro.


Instituto LIFE


O Instituto LIFE nasceu em função de crescente aderência do mundo dos negócios com a biodiversidade. A Convenção da Diversidade Biológica da ONU (CDB) entrou em vigor em 1993, mas, apenas com a COP 10, que ocorreu em Nagoya, no Japão, em 2010, é que a temática de Negócios e Biodiversidade foi incorporada na Convenção, o que culminou com o lançamento da Plataforma Global de Negócios e Biodiversidade no final de 2011. Os créditos de biodiversidade passaram, então, a ser mencionados no Marco Global da Biodiversidade, que foi resultado da COP 15, em dezembro de 2022 em Montreal. Ou seja, os créditos de biodiversidade são um dos resultados da evolução da temática global de Negócios e Biodiversidade, “representando também um amadurecimento na forma de fazer negócios, que passa a entender a natureza como um ativo importante e necessário”, recorda. 


Para a geração de créditos de biodiversidade, direcionados para áreas naturais, públicas ou privadas, a metodologia do Instituto LIFE avalia o tamanho da área, sua localização, importância biológica, fragilidade, importância para a manutenção de serviços ecossistêmicos e qualidade da gestão realizada na área, por exemplo, para o cálculo da pontuação positiva, completa Natasha Choinski da SPVS. 


“Sendo o Brasil o país com a maior biodiversidade do mundo, a nação se vê agora diante de uma enorme janela de oportunidade para incorporar a conservação aos negócios. Historicamente, a conservação da natureza foi erroneamente entendida como um empecilho ao desenvolvimento. Atualmente, passa a ser mais bem compreendido o fato de que conservar a biodiversidade nada mais é do que ‘produzir natureza’, o que gera vários insumos e serviços fundamentais para a cadeia de negócios, e que podem ser transformados em ativos financeiros”, conclui Clóvis. 


A Certificação LIFE dita regras para certificação de corporações por uma terceira parte desde 2014 e tem reconhecimento internacional pela sua qualidade e robustez. Atualmente, já existem seis corporações pioneiras certificadas pela metodologia LIFE de negócios e biodiversidade: Gaia Silva Gaede Advogados (GSGA), Posigraf, Grupo Boticário, Itaipu, JTI e C-Pack. Todas são exemplos emblemáticos de que ou apresentaram ações de conservação próprias, compatíveis com os seus impactos não mitigáveis, ou realizaram ações adicionais para atingir as pontuações em créditos de biodiversidade necessárias para serem certificadas. Outras corporações já estão atreladas ao processo de certificação e deverão ser anunciadas em breve. 


Sobre a SPVS


Desde 1984, a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) realiza ações voltadas à proteção do patrimônio natural no sul do país. É hoje considerada uma das mais representativas organizações especializadas no tema da conservação da biodiversidade no Brasil com foco no bioma Mata Atlântica, e suas atividades apresentam grande afinidade com a inovação e busca de atendimento a prioridades no campo da conservação.


Sobre o Complexo Pequeno Príncipe


O Complexo Pequeno Príncipe, localizado em Curitiba (PR), é uma instituição filantrópica que atua na assistência em saúde, no ensino e na pesquisa. Sua unidade mais antiga, 0 Hospital Pequeno Príncipe, atua há 105 anos, integrando excelência técnico-científica e cuidado humanizado, com destaque para a alta e média complexidade, por meio de 47 especialidades e áreas da pediatria. Dispõe de 369 leitos, sendo 76 deles de UTI, e atende 60% dos seus pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em modelo de atenção à saúde com garantia dos demais direitos das crianças e adolescentes e suas famílias. Em 2024, pelo quarto ano consecutivo, a instituição figurou como o melhor hospital exclusivamente pediátrico da América Latina, de acordo com um ranking elaborado pela revista norte-americana Newsweek. O compromisso sólido da instituição com o ensino em saúde e a pesquisa científica levou à criação da Faculdades Pequeno Príncipe, em 2003, e do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, em 2005.


Sobre o Instituto LIFE 


O Instituto LIFE é uma organização dedicada à integração da biodiversidade aos negócios. Lançada no dia 15 de dezembro de 2022 durante a COP -15 da Biodiversidade em Montreal, no Canadá, a Coalizão LIFE de Negócios e Biodiversidade é formada por um grupo de empresas comprometidas em acelerar a inserção da biodiversidade nos negócios, através de ações concretas e soluções transformadoras desenvolvidas pelo Instituto LIFE. Para mais informações, entre em contato com contato@institutolife.org


Escrito por Claudia Guadagnin, Assessora de Imprensa da SPVS e da Grande Reserva Mata Atlântica. 

claudia@spvs.org.br/ 41. 99803-4948.

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