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SPVS lança guia que auxilia na identificação de espécies de aves de rapina na Mata Atlântica

Material será distribuído aos principais colaboradores e parceiros do projeto, para que consigam identificar as espécies com mais facilidade e relatar os avistamentos à SPVS. Comunidades locais são principais aliados na busca por espécies raras_João Marcos Rosa


As aves de rapina, ou rapinantes, são aves predadoras que possuem características bem peculiares, como as garras curvas e fortes, o bico afiado em forma de gancho para facilitar a caça, a audição extremamente potente e a visão preparada para ampliar a percepção sobre as presas. No Brasil, são encontradas mais de 90 espécies de rapinantes. Algumas ocorrem na Mata Atlântica Paranaense, entre elas a Harpia, a maior ave de rapina do nosso país e uma das maiores e mais fortes do mundo.


Desde 2020, a SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental) desenvolve estratégias de conservação da Harpia no estado do Paraná. As ações buscam apoiar a conservação e a recuperação da ave no estado. Por ser uma ave muito grande – as fêmeas podem chegar a nove quilos e ter uma envergadura de mais de dois metros de comprimento – precisa de grandes áreas naturais conservadas, daí a importância da existência de remanescentes florestais conectados, que reúnem unidades de conservação, como reservas biológicas, parques nacionais, estações ecológicas e reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs).

Mais de 90% da Mata Atlântica foi devastada ou degradada desde o período de colonização do Brasil. A maioria dos grandes centros urbanos fica localizada em áreas que eram ocupadas por essa floresta. Com isso, a espécie passou a ter dificuldade para encontrar recurso alimentar – como preguiças e macacos, que só existem em florestas bem conservadas – e também árvores altas para a construção de seus ninhos. Eles têm cerca de dois metros de diâmetro e são construídos, principalmente, em árvores emergentes.

Desde 2009, já nasceram no Refúgio Biológico mantido pela Itaipu Binacional 56 harpias e sobreviveram 38, um número bastante expressivo para uma espécie que sofre um risco tão agudo de extinção_João Marcos Rosa


Guia de Rapinantes Florestais Ameaçados da Mata Atlântica Paranaense

Em setembro de 2022, foi tornado público o Guia de Rapinantes Florestais Ameaçados da Mata Atlântica Paranaense. O material vinha sendo desenvolvido desde 2021 pela equipe da SPVS que atua no projeto, em parceria com fotógrafos brasileiros e com o apoio direto da Itaipu Binacional. A Itaipu mantém hoje o que é considerado o maior e mais bem sucedido programa de Reprodução da Harpia do mundo. Desde 2009, já nasceram no Refúgio Biológico mantido pela companhia 56 harpias e sobreviveram 38, um número bastante expressivo para uma espécie que sofre um risco tão agudo de extinção.

O guia apresenta, de maneira simples, objetiva e didática, informações que possibilitam a identificação e o reconhecimento de algumas das aves de rapina ameaçadas e raras da Mata Atlântica, mais especificamente, do estado do Paraná.


Ao todo, foram listadas oito espécies de rapinantes para compor o material. O critério para a escolha das aves foi baseado em espécies “raras”, “ameaçadas” e “bioindicadoras”, ou seja, que precisam de uma floresta bem conservada para viver. Sua presença reflete um bom indicativo da conservação das áreas onde elas existem.

De acordo com a técnica do projeto e coordenadora dos projetos de fauna da SPVS, Roberta Boss, algumas das espécies selecionadas são raras e possuem poucos registros no Paraná. Por isso, o guia é fundamental para ajudar na identificação básica das espécies. “Ele será distribuído aos principais colaboradores do projeto, para que consigam identificar as espécies e relatar à equipe da SPVS. As comunidades locais são nossos principais aliados na busca por espécies raras e trazem muitas informações valiosas para a conservação delas” explica.

Mesmo que a elaboração do material tenha sido pensada, principalmente, para os moradores das áreas naturais das regiões de Mata Atlântica paranaense inseridas no território da Grande Reserva Mata Atlântica e no Parque Nacional do Iguaçu, o guia também pode ser aproveitado pelo público em geral que tenha interesse e curiosidade sobre as aves de rapina.

ELE PODE SER ACESSADO AQUI.

“Não há como falar sobre conservação e aumento da população de harpias na natureza, sem tratar da necessidade do investimento em conservação e proteção de florestas maduras. O investimento na conservação das florestas é tão urgente quanto a conservação da harpia em si”, conclui Roberta.

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