Confira a notícia publicada originalmente no Blog Giro Sustentável, da Gazeta do Povo, em 13 de junho de 2018. Acesse aqui o link da Gazeta do Povo.
O papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea) e outras espécies nativas da Floresta com Araucárias acabam de ganhar um novo refúgio de área natural protegida. A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Papagaio-de-peito-roxo, na cidade de Bocaiúva do Sul, a 42 km de Curitiba, foi oficializada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão do Ministério do Meio Ambiente responsável pelas Unidades de Conservação. A área particular de 100,41 hectares recebeu o nome em homenagem a uma das espécies ameaçadas que abriga. A nova reserva protege também outros animais, como pumas, jaguatiricas e veados, além de plantas, como a araucária e a imbuia.
O proprietário da RPPN, Julio Siqueira, afirma que a intenção de criar uma reserva existia desde a compra da propriedade, em 2002. “Sozinho eu não tinha muitas condições de fazer isso”, diz Siqueira, que buscou o apoio da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS). Por cinco anos, a área foi adotada e faz parte do Programa Desmatamento Evitado da SPVS, que funciona como uma “ponte” entre proprietários de áreas naturais dispostos a conservar a biodiversidade e empresas que pretendem investir em natureza. “Com a SPVS fazendo o monitoramento da área e apontando o que faltava para conservá-la, esse sonho se tornou possível”, conta ele.
A criação da Reserva Papagaio-de-peito-roxo foi apoiada pela Autopista Planalto Sul – concessionário do Grupo Arteris, em uma medida de compensação ambiental por obras realizadas na BR-116. No entanto, a proteção dos 100 ha da RPPN, somados à adoção de outros 100 ha de vegetação nativa, superou a área exigida pelo órgão ambiental.
Alessandra Xavier, técnica da SPVS, ONG responsável pelo projeto técnico de compensação, explica que o estabelecimento de uma RPPN garante que a área natural seja protegida para sempre. “É uma oportunidade para que as empresas deixem um legado ambiental positivo, indo além das obrigações legais”, destaca Xavier.