Pela primeira vez, os técnicos do Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa registraram a ocupação e a atividade reprodutiva do papagaio em ninho artificial no estado de São Paulo. Em 2016, foram instalados 20 ninhos artificiais nos municípios de Ilha Comprida e Pariquera-Açu e desde a estação reprodutiva de 2016/2017 estão sendo acompanhados e monitorados pela equipe do Projeto, executado pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental – SPVS.
Os ninhos artificiais de madeira e de PVC foram criados e desenvolvidos pelo Projeto com a finalidade de auxiliar a reprodução das aves e, consequentemente, o incremento populacional. Essa atividade procura suprir a falta de ocos formados nos troncos de árvores que são utilizados como ninhos naturais pela espécie. No estado do Paraná, o Projeto, atualmente, monitora 103 ninhos artificiais no município de Guaraqueçaba, os quais passam por reparos antes de iniciar o período reprodutivo, visando à manutenção das condições de uso pelos papagaios.
A estação reprodutiva do papagaio-de-cara-roxa se inicia em setembro e se estende até o mês de março. Durante este período os técnicos acompanham e monitoram os ninhos, ovos e filhotes com apoio de moradores, voluntários e outras instituições. Em 2018, 75 filhotes alcançaram o sucesso reprodutivo, ou seja, conseguiram alçar voo e deixar o ninho. A expectativa para 2019 é que estes resultados sejam ainda melhores.
No ano de 2018, o Projeto completou 20 anos acompanhando o desenvolvimento da espécie e a implementação de ações que contribuam com o incremento populacional. Para realização de atividades como o monitoramento populacional, ações de educação para a conservação da natureza e esforços para desenvolvimento de políticas públicas, o Projeto conta com o apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e Fundação Loro Parque. Para realização do último censo, a SPVS também contou com o apoio do Parque das Aves.