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Oficina de monitoramento de biodiversidade da Reserva Biológica (REBIO) Bom Jesus reúne especialista

A gestão compartilhada de unidades de conservação permite a identificação de similaridades e a união de esforços na busca de maiores resultados

No dia 17 de abril de 2018, no auditório da Secretaria Estadual do Meio Ambiente do estado do Paraná, em Curitiba (PR), foi realizada a Oficina de Monitoramento de Biodiversidade da Reserva Biológica (REBIO) Bom Jesus. A atividade está vinculada ao projeto “Mosaico Lagamar: Apoio à estruturação e proteção da Reserva Biológica Bom Jesus e áreas de entorno, Guaraqueçaba, Paraná” executado pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e financiado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção da Natureza (FGBPN). O principal objetivo deste projeto é a implementação de ações estratégicas de manejo e o fortalecimento da gestão ambiental da REBIO Bom Jesus e da região abrangida pelo recém-criado NGI Antonina.

Entre os propósitos de realização da oficina estava a apresentação e avaliação de diferentes iniciativas de monitoramento de biodiversidade praticadas na região norte do litoral do Paraná e no Mosaico Lagamar, o maior trecho contínuo de remanescentes do bioma Mata Atlântica. O encontro foi uma oportunidade de identificar convergências metodológicas e oportunidades de integração de esforços e informações, de forma a potencializar os resultados dos monitoramentos e, consequentemente, das ações de conservação nas diferentes unidades de conservação (UC) da região.

No encontro, a analista ambiental Shanna Bittencourt, chefe substituta do Parque Nacional de Superagui e representante do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, apresentou os diferentes protocolos institucionais de monitoramento praticados em unidades de conservação da Mata Atlântica e outros biomas.

Outras iniciativas de monitoramento na região litorânea também foram apresentadas, a exemplo das ações na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Salto Morato. A analista ambiental da FGBPN, Natacha Sobanski, expôs a metodologia e os resultados do monitoramento de fauna implementados na reserva.

Na sequência, Roberto Fusco, pesquisador do Instituto de Pesquisas Cananéia – IPeC, apresentou os resultados do Projeto de Monitoramento de Médios e Grandes Mamíferos realizado nas Reservas Naturais mantidas pela SPVS e na RPPN Salto Morato.

Também contribui com a oficina, Ricardo Oliveira aluno e pesquisador da Universidade Federal do Paraná – UFPR vinculado ao Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBIO), que apresentou a metodologia RAPELD utilizada no monitoramento de biodiversidade da região.

Após as apresentações, os participantes da oficina discutiram as oportunidades e dificuldades de implementação do Programa Monitora em escala regional, considerando as diversas categorias e objetivos das UC existentes, os diferentes ambientes que compõem o território, bem como os variados interesses dos institutos de pesquisa que atuam no litoral do Paraná. O resultado da discussão mostrou a necessidade do fortalecimento da relação entre as unidades de conservação e instituições de pesquisa nesse tema, como forma de superar os principais obstáculos (limitações de equipes de campo e financiamento) para a implementação de ações de monitoramento consistentes.

“Para a SPVS, a gestão compartilhada dessas áreas protegidas gera resultados mais efetivos em conservação, pois permite um olhar mais amplo para trabalhar questões que são comuns em toda a região” explica Natasha Choinski, técnica em conservação da SPVS. Ainda, para Reginaldo Antunes, coordenador das Reservas da SPVS “O monitoramento de populações de espécies pode indicar se as unidades de conservação estão cumprindo com os seus objetivos de criação, além de ser um importante indicador para demonstrar a qualidade ambiental e a importância da região”.

“Para além das discussões metodológicas, vejo nessas ocasiões a oportunidade de reestabelecermos com nossos colegas e parceiros princípios de integração e cooperação que nos são bastante valiosos”, conta Caio Pamplona, Chefe do Núcleo de Gestão Integrada Antonina-Guaraqueçaba. “Apesar da Oficina decorrer de um projeto de uma UC específica, pudemos reunir uma dezena de unidades de conservação, particulares e públicas, para debatermos em alto nível um tema ainda incipiente no SNUC” acrescenta.

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