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Mais de uma centena de nomes assinam carta pedindo a candidatos às eleições 2022

Atualizado: 1 de out.

A Aliança pela Conservação do Patrimônio Natural do Paraná, uma iniciativa totalmente voluntária, apartidária e que reúne cidadãos e organizações que possuem vínculos efetivos com as questões ambientais do Paraná, reuniu mais de 150 assinaturas de entidades e pessoas físicas que pedem mais compromisso político com a conservação da natureza no estado a candidatos aos cargos de senador, governador e deputado estadual e federal nas Eleições 2022.

A Carta Aberta busca sensibilizar os candidatos e candidatas às Eleições 2022 para a necessidade de o Paraná aderir a 8 medidas que visam promover uma profunda transformação nas relações da sociedade paranaense com a conservação da biodiversidade e das áreas naturais, as quais o grupo entende que necessitam ser implementadas com ampla participação da sociedade. São elas:

  1. Institucionalização e implementação de um Programa Efetivo de Conservação do Patrimônio Natural do Paraná;

  2. Revisão do modelo de operação do Conselho Estadual do Meio Ambiente (CEMA);

  3. Transmissão ao vivo, via internet, das reuniões do Conselho Estadual do Meio Ambiente e a respectiva oferta de vídeos e atas das reuniões no site do Instituto Água e Terra (IAT);

  4. Criação de um sistema integrado de informações baseado em dados abertos com indicadores relacionados à gestão da Conservação do Patrimônio Natural do Paraná;

  5. Implementação da política de “Desmatamento Ilegal Zero no Paraná” com o compromisso de atendimento/verificação integral de todos os alertas de desmatamentos emitidos pelo site MapBiomas;

  6. Implementação de medidas de transparência para as operações financeiras envolvendo o Fundo Estadual do Meio Ambiente (FEMA);

  7. Ampliação da capacidade de fiscalização em campo com estruturação e fortalecimento do Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde;

  8. Restauração e monitoramento das bacias hidrográficas via comitê permanente para as mudanças climáticas.

Os candidatos e candidatas que aceitarem assumir o compromisso público com a adesão às medidas propostas ao longo dos seus respectivos mandatos poderão manifestar/oficializar a sua condição de apoio por meio do e-mail apcpnpr@gmail.com e/ou da gravação e divulgação de um vídeo de curta duração via Instagram, marcando em conjunto o perfil da Aliança pela Conservação do Patrimônio Natural do Paraná (@aliancapelaconservacao). Após essa comprovação, poderão mencionar livremente em suas respectivas campanhas que apoiam a Carta Aberta – Eleições 2022: Aliança pela Conservação do Patrimônio Natural do Paraná.

A CARTA PODE SER ACESSADA AQUI.

Uma das pessoas que assinam a carta é Íris Bigarella, de 99 anos, ambientalista e viúva do falecido professor Bigarella, um dos criadores do curso de Geologia da UFPR, pesquisador e um dos principais ícones da geologia no Brasil e ferrenho defensor da causa ambiental no Paraná.

Íris Bigarella, de 99 anos, ambientalista e viúva do falecido professor Bigarella, um dos principais ícones da geologia no Brasil e ferrenho defensor da causa ambiental no Paraná_Reinaldo Bessa


Bigarella foi herdeiro intelectual de Reinhard Maack, com quem percorreu todo o Paraná em inúmeras viagens de campo, contando a história natural e geológica da terra dos pinheirais. Em 1974, foi um dos fundadores da Associação de Defesa e Educação Ambiental (ADEA), a primeira organização ambientalista, sem fins lucrativos, do Paraná e uma das primeiras no Sul do Brasil. A ADEA teve papel fundamental em diversos projetos ambientais no Estado. O tombamento da Serra do Mar, em 1978, por exemplo, que culminou com a criação do Parque Estadual Pico Marumbi, foi baseado em trabalhos do Prof. Bigarella que mostraram que o assoreamento da Baía de Paranaguá e dos canais de navegação do Porto de Paranaguá era consequência do desmatamento da serra.

“Batalhando durante longos anos ao lado do  meu marido,  João José Bigarella, pesquisador internacional da problemática da degradação ambiental, dirijo-lhes a seguinte mensagem: o momento é grave! Estamos na iminência de destruir estupidamente o frágil invólucro que cobre o nosso minúsculo planetinha.  Todos sabemos, todos lemos, somos informados intensamente das secas, dos alagamentos dramáticos, das queimadas, das terras agrícolas  destruídas, das mortes, doenças e do desespero causado pela crise climática. Este é um grito, um berro que exige atenção. Indiferença não se justifica, jamais!  É imprescindível agir rápido, severamente, com eficiência bem planejada. Candidatos/as: contamos com a sua adesão à carta da Aliança pela Conservação do Patrimônio Natural do Paraná”.

Clóvis Borges, diretor-executivo da SPVS, lembra que, no Paraná, os recursos naturais sempre foram historicamente explorados, restando muito pouco daquilo que seria a sua natureza e biodiversidade em estado original. “O estado desenvolve diversas atividades produtivas que dependem diretamente da qualidade ambiental, de grandes áreas para vocações de plantio de grãos e criação de animais e de crescentes volumes de recursos hídricos, que são a base da sustentação econômica do campo e das cidades. A recente e histórica crise hídrica vivida no Estado do Paraná revelou o alto nível de dependência das nossas atividades econômicas em relação a qualidade do ambiente natural. Em meio à crise, estabelecida pelas mudanças climáticas, evidenciou-se ainda mais que sem natureza preservada não existe produção de água, algo que representa sérios riscos para a segurança alimentar e para o futuro das atividades econômicas desenvolvidas em nosso território”, pontuou.

Angelo Simão, conselheiro da APAVE (Associação dos Protetores de Áreas Verdes do Paraná) complementa, ainda, lembrando que, até hoje, o Paraná ainda não foi capaz de aderir a medidas efetivas para a gestão do que ainda resiste do seu patrimônio de biodiversidade e áreas naturais. “Negar a importância da conservação da qualidade do nosso patrimônio natural para a perpetuação do futuro do Paraná é negar as oportunidades e possibilidades presentes e futuras de tornar o estado de fato mais sustentável”, destaca, evidenciando um trecho da carta.

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