Imagens reafirmam bom estado de conservação da propriedade
Uma jaguatirica (Leopardus pardalis) e uma família de urus (Odontophorus capueira) foram registrados por armadilhas fotográficas instaladas em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) na Região Metropolitana de Curitiba. Esse local preserva remanescentes de Floresta com Araucária e de Campos Naturais – ecossistemas associados ao bioma Mata Atlântica – e da qual resta hoje apenas 0,8% no Paraná. Os registros, feitos separadamente, mostram a jaguatirica circulando tranquilamente e um grupo de urus, com seus pequenos filhotes.
A jaguatirica é o terceiro maior felino das Américas – atrás apenas da onça-pintada e da onça-parda -, podendo medir até 1,35 metro de comprimento. Por muito tempo a espécie sofreu com a caça, incentivada principalmente pelo comércio de peles. Além disso, outros fatores, como a destruição do seu habitat natural, levou a espécie a ser classificada com diferentes graus de ameaça em alguns estados brasileiros. No Paraná, seu status é vulnerável. “Uma curiosidade das jaguatiricas é de que elas possuem ‘impressões digitais’, como as dos seres humanos. Cada roseta ou manchas longitudinais no corpo do animal tem uma característica, um formato específico para cada indivíduo. Essa característica auxilia os biólogos a estipularem uma população local quando se obtém bons registros como o do vídeo”, explica Rômulo Silva, técnico da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS).
De acordo com Silva, a presença do grupo de urus também indica o bom estado de conservação da reserva. “Para viabilizar a existência de uma população saudável em um determinado local, é necessário que os grupos de urus tenham sucesso no ciclo reprodutivo, como observado no registro. E para alcançar o sucesso reprodutivo é necessário condições ecológicas favoráveis e, principalmente, ausência da pressão de caça”, ressalta.
Recentemente na mesma área também foi registrada a presença de uma onça-parda (Puma concolor). Desde 2003 esta propriedade recebe o acompanhamento técnico da SPVS, por meio do Programa Desmatamento Evitado, responsável por aproximar proprietários de áreas com vegetação nativa em bom estado de conservação e empresas interessadas em apoiar iniciativas de conservação da biodiversidade.