Entre Mangues e Caranguejos
Fortalecimento da conservação no território da Grande Reserva Mata Atlântica a partir de ações de restauração ecológica, monitoramento de fauna e fortalecimento de atores estratégicos
O projeto Entre Mangues e Caranguejos foi lançado em dezembro de 2023 com o objetivo de contribuir com a conservação de ambientes de Restinga e Manguezal, a partir da promoção da restauração ecológica de 316 hectares localizados em áreas de contribuição aos manguezais e do fortalecimento do monitoramento do caranguejo uçá (Ucides cordatus), especialmente, na Reserva Natural Papagaio-de-cara-roxa – Unidade de Conservação mantida pela SPVS em Guaraqueçaba (PR).
Também integra o escopo do projeto, a promoção de ações de relacionamento e articulação local para fortalecimento de atores e de políticas públicas estratégicas para o território da Grande Reserva Mata Atlântica, além de capacitações sobre temas envolvendo gestão de manguezais e restauração ecológica.
Para execução das atividades, a SPVS conta com o apoio financeiro da iniciativa Floresta Viva, pelo Edital Manguezais do Brasil, gerido pelo FUNBIO, com recursos destinados pela Petrobras e BNDES.
São parceiros deste projeto a Associação MarBrasil, o LABEC/UNESPAR e o ICMBio/NGI Antonina-Guaraqueçaba.
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Créditos: Reginaldo Ferreira ©
Contexto do projeto
Os manguezais são áreas de interface entre os ambientes terrestres e aquáticos, com uma rica biodiversidade e grande capacidade de estoque de “carbono azul”. Estes ecossistemas, conhecidos como berçários da vida, desempenham papel fundamental tanto para a regulação do clima e mitigação das mudanças climáticas, como para a geração de renda às comunidades locais.
A existência de áreas naturais bem conservadas de manguezais é fundamental para a garantia dos estoques pesqueiros e prestação dos serviços ecossistêmicos de proteção contra eventos extremos e prevenção da erosão costeira. Visando contribuir com ações positivas como estas no território da Grande Reserva Mata Atlântica, a SPVS lançou o projeto Entre Mangues e Caranguejos: Fortalecimento da conservação no território da Grande Reserva Mata Atlântica a partir de ações de restauração ecológica, monitoramento de fauna e fortalecimento de atores estratégicos no território.
As áreas de restauração do projeto estão localizadas próximas a um dos mais importantes dormitórios e áreas de reprodução do papagaio-de-cara-roxa, a Ilha Rasa. As ações do projeto visam enriquecer essas áreas com espécies arbóreas que forneçam abrigo, local de nidificação e alimentos para os raros papagaios do litoral paranaense, auxiliando em sua manutenção e favorecendo sua reprodução no território. As ações de restauração também têm objetivo de contribuir com a conservação dos manguezais da Estação Ecológica de Guaraqueçaba, por meio da recuperação de antigas pastagens de búfalos localizadas em suas bacias de contribuição.
A Estação Ecológica de Guaraqueçaba é uma Unidade de Conservação criada em 1982, sob gestão do ICMBio, que visa proteger um dos mais bem preservados remanescentes de Manguezais do sul do Brasil. O projeto tem interface direta com esta Unidade de Conservação, que se sobrepõe parcialmente a Reserva Natural Papagaio-de-cara-roxa. Também estão previstas ações de pesquisa em outras porções de manguezais da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba, nos limites da Reserva Natural Guaricica, localizada em Antonina-PR.
O projeto pretende estabelecer diálogos com diferentes atores visando contribuir para o fortalecimento dos mecanismos de gestão dos manguezais da região, por meio da articulação, promoção e facilitação de diálogos entre poder público e comunidades tradicionais e capacitações nas temáticas abordadas pelo projeto.
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Créditos: Rodrigo Condé
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Créditos: Rodrigo Condé
Resultados esperados
O projeto Entre Mangues e Caranguejos atuará na elaboração e implementação de um plano de restauração de 316 hectares na Reserva Natural Papagaio-de-cara-roxa em áreas contribuintes aos manguezais da Estação Ecológica de Guaraqueçaba. Estas ações serão monitoradas por, pelo menos, dois anos para garantir a efetividade dos resultados.
Além disso, o projeto visa desenvolver estratégias de comunicação e relacionamento com moradores locais, Poder Público e parceiros atuantes na Grande Reserva Mata Atlântica a fim de propor e implementar mecanismos e políticas públicas que potencializem os benefícios sociais e econômicos da existências de áreas naturais bem conservadas. Dentro deste escopo, o projeto prevê, ainda, a realização de capacitação nas temáticas de restauração ecológica e fortalecimento da gestão para conservação dos Manguezais e Restingas.
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Créditos: Reginaldo Ferreira
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