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Conservação voluntária da biodiversidade realiza sonhos e fortalece negócios

O desejo do proprietário da área, aliado ao conhecimento técnico da SPVS e a iniciativa da Arteris Planalto Sul, garantiram a perpetuidade de uma área natural no estado do Paraná

Na segunda-feira (03), a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS) se reuniu com o Sr. Julio Siqueira e representantes da concessionária Arteris Planalto Sul para comemorar a criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Papagaio-de-peito-roxo. A conservação voluntária de áreas naturais em caráter perpétuo foi oficializada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no Diário Oficial da União de 02 de outubro de 2017, garantindo assim que espécies como o papagaio-de-peito-roxo, que dá nome à reserva, tenham uma área como refúgio. Também estiveram presentes no evento, representantes do Ibama e da Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT.

O Sr. Julio Siqueira, proprietário da área, contou aos presentes que sempre desejou proteger o remanescente de Floresta com Araucária presente em sua propriedade, “sempre foi um sonho manter a riqueza natural que encontramos aqui e hoje é uma alegria e um orgulho imenso ter alcançado isso” conta.

Para tornar este sonho possível, o proprietário buscou apoio técnico da SPVS, por meio do Programa Desmatamento Evitado. A iniciativa aproxima proprietários de áreas naturais dispostos a conservar a biodiversidade e empresas que pretendem investir em natureza. Durante cinco anos, a área foi adotada pelo Programa com apoio da concessionária Arteris Planalto Sul.

A iniciativa da Arteris partiu de uma medida de compensação ambiental por obras realizadas na BR-116. No entanto, a proteção de 100 hectares de RPPN, a restauração de 76 hectares, somados à adoção de outros 100 hectares de vegetação nativa, superou a área exigida pelo órgão ambiental. “Quando olhamos para esta compensação, vimos que poderíamos fazer mais, nós acreditamos” conta Solange Garcia, gerente corporativa de meio ambiente do Grupo Arteris. “Nesse momento, conhecemos o Sr. Julio, que tinha um sonho de transformar essa propriedade em RPPN. A junção de tudo isso resultou neste trabalho maravilhoso” acrescenta.

Clóvis Borges, diretor executivo da SPVS, conta que “a propriedade está localizada num dos ecossistemas mais ameaçados de extinção, a Floresta com Araucária, do qual resta menos de 1% de áreas bem conservadas”. Para Borges “proprietários e empresas que reconhecem a importância e os benefícios da conservação são exemplos e merecem ser reconhecidos”.

O trabalho técnico desenvolvido na RPPN Papagaio-de-peito-roxo envolveu a elaboração do Plano de Manejo da área, o controle de espécies exóticas invasoras, plantio de mudas de espécies nativas, raras e ameaçadas de extinção e a orientação técnica necessária à formalização da RPPN. Atualmente, espécies como puma, jaguatirica, veado, além de plantas como a araucária e a imbua já são encontrados na propriedade, comprovando os bons resultados deste trabalho e da parceria.

Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)

A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é uma categoria privada de área protegida, criada por desejo do proprietário, de forma voluntária e com respaldo legal. Sem que isso ocasione perda do direito de propriedade, o proprietário assume o compromisso de preservar a biodiversidade local em caráter perpétuo, por meio de um Termo de Compromisso averbado à margem da matrícula do imóvel, no cartório de registro de imóveis da comarca onde se localiza a propriedade.  Além de contribuir com a proteção da biodiversidade e a garantia do fornecimento de serviços ecossistêmicos, estes proprietários engajados deixam um verdadeiro legado para as futuras gerações.

Eco Pousada Valle do Ribeira

Além dos 100 hectares formalizados como reserva natural, funciona na propriedade a Eco Pousada Valle do Ribeira. A biodiversidade conservada na área é o maior atrativo e o grande diferencial do negócio. “Os hóspedes podem visitar as áreas da RPPN, onde encontram até mesmo cachoeiras. Tudo previsto e de acordo com o Plano de Manejo da propriedade” conta Marcelo Bosco, coordenador do Programa Desmatamento Evitado.

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