Unidade de conservação abriga animais ameaçados de extinção e contribui para a manutenção dos serviços ecossistêmicos
A Cattalini Terminais Marítimos começou 2019 com uma nova parceria pela conservação da Mata Atlântica. Um termo de cooperação assumido pela empresa prevê suporte para a atuação conjunta do ICMBio e da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e apoio à gestão de Unidades de Conservação, em especial, à Reserva Biológica (ReBio) Bom Jesus. Localizada entre os municípios de Antonina e Guaraqueçaba, a reserva é uma área federal que está sob a responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e reúne cerca de 35 mil hectares de Mata Atlântica.
A assinatura do termo de cooperação aconteceu durante evento realizado no Centro de Educação Ambiental (CEA) da Reserva Guaricica. A parceria inclui os custos com manutenção e fiscalização da área e com as ações de gestão da unidade. “O objetivo deste investimento é buscar uma associação que torne o discurso da conservação da biodiversidade uma realidade efetiva” comenta Fábio Bechara, diretor administrativo financeiro da Cattalini.
A reserva, criada em 2012, está localizada entre outras duas unidades mantidas pela SPVS há mais de dez anos: a Reserva Natural Guaricica e do Papagaio-de-cara-roxa. “Essas unidades somadas compõem um importante corredor ecológico de mais de 50 mil hectares dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba, também gerida pelo ICMBio” explica Caio Pamplona, gestor da ReBio Bom Jesus e representante do ICMBio.
A região abriga diversas espécies de animais ameaçadas de extinção como a jacutinga e a onça-pintada. Além disso, o local também contribui para a manutenção de serviços ecossistêmicos, como o fornecimento de água e a regulação climática, fatores diretamente ligados à qualidade de vida da população do litoral. A biodiversidade local, porém, sofre com a presença de caçadores, principal ameaça à reserva.
“A integração de todos os agentes envolvidos nesse processo – SPVS, prefeituras dos municípios, ICMBio e a Cattalini – é extremamente importante para garantirmos o bom funcionamento e gestão deste corredor de Mata Atlântica, criando diretrizes, assegurando a proteção do local e gerando resultados que beneficiarão toda a sociedade”, ressalta o coordenador das reservas da SPVS, Reginaldo Ferreira.
Essas áreas também geram retorno financeiro por meio do ICMS Ecológico, mecanismo utilizado por alguns governos estaduais para incentivar municípios que abrigam Unidades de Conservação. No Paraná, 5% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) arrecadado é distribuído entre os municípios que abrigam áreas de mananciais e Unidades de Conservação em seu território.
Fatores como tamanho da área protegida, grau de investimento na área, realização de pesquisas científicas e a qualidade da gestão das Unidades fazem parte do cálculo do repasse e podem aumentar o valor recebido pelo município.
“A conservação da natureza traz desenvolvimento por meio da geração de empregos e de atividades que acontecem na união de esforços entre o poder público, empresas e terceiro setor” comenta José Paulo Vieira Azim, prefeito do município de Antonina. “Esta é uma das maneiras das pessoas poderem se manter nessa região” acrescenta.